quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Porque até mesmo as pequenas paixões não correspondidas são dignas de plateia.

E de repente, você está vivendo a história mais antiga do mundo, a história mais clichê, aquela que você revirou os olhos todas as vezes que leu em algum lugar. Você se apaixonou por alguém e você não pode fazer nada sobre isso. Talvez essa seja a pior parte, quando você não pode fazer nada sobre isso. Você inventou seu próprio conto de fadas e esperou pacientemente que ela fizesse parte, esperou que ela interpretasse o papel que você escolheu, melhor, o papel que você escreveu para ela. Mas ela nunca foi uma atriz, então, ela recusou o papel principal da sua peça e agora, você está com todas as falas decoradas, chorando no canto escuro da sala, atrás da grande cortina. Seria bonito se não fosse patético. Patético sim, porque isso não pode ser chamado de trágico, não é tragédia quando se sabe o final. As cortinas não serão levantadas e as cadeiras continuarão vazias. Não foram vendidos ingressos, não existem aplausos, comemorações, tapinhas nas costas, nem pequenas lamentações. Só existe você, e todas as outras pessoas que sofrem pelo mesmo motivo. Então você volta para o camarim, tira a maquiagem e chora em frente ao espelho. Porque até mesmo as pequenas paixões não correspondidas são dignas de plateia.