sábado, 17 de dezembro de 2016

Existem dias bons sim, mas existem dias péssimos também...


Dor psicológica não é algo que você possa mostrar para os outros para provar que é real, não é algo que sangra e as pessoas se compadecem com sua dor. Ela vai além disso, além da percepção das pessoas. Ela corrói sua alma enquanto seu corpo continua, aparentemente, o mesmo. 

Ela pode aparecer por conta de um quarto escuro, um lugar fechado, uma perda significativa, um luto, uma tristeza aparentemente inexplicável. Ela não tem uma cura rápida, não é como um resfriado que você faz um chá quente e pronto, passou. Não existe uma cirurgia, não tem uma receita pronta. Você tem que enfrentá-lá todos os dias e, às vezes, você perde.

 Existem dias bons sim, mas existem dias péssimos também e, às vezes, esses dias péssimos ganham dos dias bons. É difícil fazer com que os outros entendam, porque nem você entende direito o que está acontecendo, o porquê de estar acontecendo. Sentimentos sempre foram difíceis de explicar. Essa dor é emocional, física e espiritual, é algo que sangra sem mostrar corte algum, é algo que congela sua alma, sua mente, mas seu corpo continua intacto aos olhos afiados do mundo. 

Ela não aparece, mas você sente, ela não mostra ferida alguma, mas dói, uma dor profunda, um sofrimento quase inexplicável, um medo paralisante. Ela está por dentro de você, corroendo, doendo, machucando. As pessoas costumam dizer que “passa” e até pode “passar” mesmo, mas antes disso maltrata, sufoca, entristece, faz com que você se distancie dos amigos, da família, do trabalho, da faculdade, do mundo. 

Faz com que você se sinta menor, ao mesmo tempo em que faz com que você não sinta mais nada. Você se sente fraco por sentir essa dor, você se sente uma pessoa menor por estar sofrendo, mas você não é. Sua dor é real e ela existe, mesmo que ninguém enxergue além de você.

 Não escute as pessoas que dizem que você só tem que “sair de casa”, que é “frescura”, elas não sabem o que essa dor significa, elas não a compreendem como você. Elas nunca sentiram esse medo que cresce dentro de você e faz com que tudo ao seu redor perca um pouco a cor. Existem coisas que não tem como explicar o porquê de ainda serem sentidas. Existem feridas que só você pode compreender o quanto dói.