sexta-feira, 17 de julho de 2015

Talvez.

Somos todos tão pateticamente normais e nos achamos tão incrivelmente especiais. Mas que geração de merda, como dizia meu avô.  Todos ocupados com seus eletrônicos no ouvido, achando que carregam o peso do mundo nas costas. Todos tão tristes, como se ser triste, fosse alguma coisa apocalipticamente horrível, melhor, como se ser feliz fosse o padrão normal a se alcançar. Todos tão deprimidos, como se depressão não fosse uma doença séria. Estamos todos nós, sentados em nossas cadeiras, brincado com nossos comprimidos amarelados como eles fossem nossa luz vital. Então o garoto escuta umas musicas tristes, tira foto com um cigarro entre os dedos, escreve alguns poemas ruins e agora ele é deprimido? Coisa nenhuma. Depressão é não querer sair, é não querer tomar banho, é se trancar em um quarto sem absolutamente nada e não querer ver mais ninguém. Nós criamos esse maldito mito de felicidade, fodemos com a vida dos pobres garotos da futura geração os forçando a buscar a vida inteira por uma coisa que não existe. Enfiamos essa porra de aparelho nos dentes, os deixamos retinhos, brancos e nos forçamos a mostra-los como se isso fosse a prova de nossa realização pessoal. Deixa eu te contar uma coisa, não existe tal coisa como essa felicidade que todos buscam, nós inventamos isso, todos nós. Então olha bem essa sua mochila garoto, talvez o que esteja pesando em suas costas seja a quantidade de livros extra que você está carregando.

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