Somos todos tão
pateticamente normais e nos achamos tão incrivelmente especiais. Mas que
geração de merda, como dizia meu avô. Todos ocupados com seus eletrônicos no ouvido,
achando que carregam o peso do mundo nas costas. Todos tão tristes, como se ser
triste, fosse alguma coisa apocalipticamente horrível, melhor, como se ser
feliz fosse o padrão normal a se alcançar. Todos tão deprimidos, como se
depressão não fosse uma doença séria. Estamos todos nós, sentados em nossas
cadeiras, brincado com nossos comprimidos amarelados como eles fossem nossa luz
vital. Então o garoto escuta umas musicas tristes, tira foto com um cigarro
entre os dedos, escreve alguns poemas ruins e agora ele é deprimido? Coisa
nenhuma. Depressão é não querer sair, é não querer tomar banho, é se trancar em
um quarto sem absolutamente nada e não querer ver mais ninguém. Nós criamos
esse maldito mito de felicidade, fodemos com a vida dos pobres garotos da
futura geração os forçando a buscar a vida inteira por uma coisa que não existe.
Enfiamos essa porra de aparelho nos dentes, os deixamos retinhos, brancos e
nos forçamos a mostra-los como se isso fosse a prova de nossa realização
pessoal. Deixa eu te contar uma coisa, não existe tal coisa como essa
felicidade que todos buscam, nós inventamos isso, todos nós. Então olha bem
essa sua mochila garoto, talvez o que esteja pesando em suas costas seja a
quantidade de livros extra que você está carregando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário