sexta-feira, 23 de setembro de 2016

É aquele sentimento que não escolhe hora nem pessoa certa para acontecer.

Acho que a gente nunca sabe muito bem como essas coisas acontecem na vida. Você está lá, paradinho como sempre esteve, no seu canto de sempre e de repente “pá” aquela pessoa comum, igualzinha a qualquer outra pessoa comum, resolve despertar algo novo em você. Você nem sabe direito o que é, mas sente que algo está diferente, de repente, sem nenhum aviso do universo, surgem as primeiras “borboletas’” no estômago, o famoso friozinho na barriga, as palavras gaguejadas, o sorriso fraco. O sentimento começa de uma maneira tão calma que você nem sabe direito como começou. Ele não existia e de repente existe.


Então aquela pessoa, que era igualzinha a qualquer outra pessoa, se torna diferente, especial, em destaque. Você se sente bobo e feliz, às vezes triste e desanimado e de repente, tudo o que você fala tem a ver com aquela pessoa. Os seus amigos chegam a cansar de ouvir seus comentários, mas você não se importa, é aquela pessoa, e então é ela de novo.  Às vezes acaba tão rápido como começou, às vezes leva semanas, meses, tempo, muito tempo. Você começa a perceber uma diminuição dos sinais, dos sintomas, mas o sentimento não desaparece, você só se acostuma com ele.


Às vezes até dá certo, não que tenha que dar, não que seja feito para dar. Não é como em um filme, não tem uma trilha sonora ou a ajuda do universo, é só você, e todos os outros que passam pela “mesma” situação, é só você, e todos esses sentimentos que parecem nunca ir embora. É aquele sentimento que não escolhe hora nem pessoa certa para acontecer. Ainda bem. Imagina que sem graça seria se nos apaixonássemos por quem idealizamos? Não. A gente se apaixona por quem fuma, quando nós odiamos cigarro, a gente se apaixona por quem vai para balada todo fim de semana, só porque gostamos de ficar em casa, a gente se apaixona por quem compra revistas de cultura, quando tudo o que queríamos era a de esportes.


A gente se apaixona pela diferença no outro e isso é lindo, mas também dói. Dói porque o outro não é como você  e nem sempre irá de encontro com você. Dói porque às vezes não tem nada que você possa fazer além de esperar que passe, que diminua, que as borboletas dentro de você voltem para os casulos onde pertencem. Às vezes um sentimento serve para fazer você aprender e isso também é válido, também é real, mesmo que ninguém comente sobre isso nas grandes histórias, seus sentimentos são tão válidos quanto qualquer outro.

De repente passa e, a pessoa que não era mais igualzinha a qualquer outra pessoa, volta ao lugar de menos destaque diante dos seus olhos, seus amigos percebem sua mudança de assunto, suas borboletas voltam para o casulo, algumas escapam e se afogam no universo dentro de você. Você respira sem enjoar. Passou. Aquele sentimento de tranquilidade se mistura com uma pequena parcela de tristeza, talvez seja o canto das borboletas ao voltarem para casa, talvez o grito das que se perderam dentro de você. É aquele sentimento e então não é mais, vai embora assim como começou. Tudo termina, até começar de novo. As borboletas já se preparam para uma nova primavera. Dizem que tem a ver com o coração, mas, às vezes, seu corpo inteiro dói.


L.S

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